Identificação dos autores:
Projeto Eco-Escolas da
Escola Superior de Educação de Lisboa
Professora Coordenadora do Projeto:
Maria João Silva
Turmas E e K do 2º ano da Licenciatura em Educação Básica
Turma do 2º ano do Mestrado em Educação Ambiental
Este Projeto partiu de uma atividade da Unidade Curricular “Mundo Vivo” do 2º ano da Licenciatura em Educação Básica da Escola Superior de Educação de Lisboa (ESELx), Instituto Politécnico de Lisboa, criada pelos docentes Sílvia Nobre, Nuno Melo e Maria João Silva.

Localização da área a intervencionar:
Zona do Parque de Monsanto de fácil acesso (pedonal, bicicleta, etc) à população do Campus do IPL e das zonas comerciais e de lazer. Ver mapa abaixo

Mapa da área a intervencionar:

• localizacao.png

Descrição do projeto, seus objetivos e metas:
Este Projeto partiu de uma atividade da Unidade Curricular “Mundo Vivo” do 2º ano da Licenciatura em Educação Básica da Escola Superior de Educação de Lisboa (ESELx), Instituto Politécnico de Lisboa, criada pelos docentes Sílvia Nobre, Nuno Melo e Maria João Silva. A atividade consiste numa visita de estudo a uma zona de bosque, acessível a pé ou de bicicleta (usando as bicicletas da ESELx), e integra uma atividade de orientação, com estações de identificação de espécies de plantas (Briófitas, Pteridófitas, Gimnospérmicas e Angiospérmicas). As estações estão assinaladas num mapa e são marcadas no terreno por prismas, disponibilizando picotadores, para os alunos preencherem os seus cartões de controlo.
O Projeto Monsanto aqui tão perto foi desenvolvido a partir da referida atividade de orientação, mas com um novo desafio, colocado a duas turmas da Unidade Curricular “Mundo Vivo” do 2º ano da Licenciatura em Educação Básica, no atual ano letivo (2020-2021) e à turma da Unidade Curricular Projeto do Mestrado em Educação Ambiental da ESELx:
Como valorizar, em termos educacionais e de lazer, esta zona do Parque de Monsanto?
O desafio foi acolhido com motivação e as sugestões resultaram de participadas conversas, depois de analisadas as informações sobre a área, usando fotos, texto e o Google Earth, dado que as atividades letivas estão a decorrer à distância, devido à pandemia COVID. Foram recolhidas todas as sugestões dos Estudantes das três turmas e sistematizadas nos objetivos e metas que a seguir se apresentam.
A zona de Monsanto que o presente Projeto selecionou para valorização uma zona arborizada, com grande diversidade de espécies de plantas, gerida pelo Parque, pelo que apenas se irá propor a plantação de um número reduzido de plantas de espécies nativas.
Objetivo central: Valorizar uma zona do Parque de Monsanto de fácil acesso (pedonal, bicicleta, etc) à população do Campus do IPL e das zonas comerciais e de lazer.
Objetivos específicos:
1.Dar visibilidade ao espaço e às suas potencialidades educacionais e de lazer, colocando painéis e tabuletas informativas em zonas de grande movimento, como o Centro Comercial Colombo e as zonas de esplanadas na Estrada de Benfica
1.1. Colocar duas mesas interpretativas: 1 na entrada do espaço Monsanto, e 1 na zona de esplanadas na Estrada de Benfica, perto da passagem aérea, com informação sobre o espaço, nomeadamente trilhos a percorrer e algumas espécies a observar
1.2. Colocar tabuletas com indicação do tempo de caminho a pé até à entrada do espaço de Monsanto
2. Requalificar os trilhos de forma a torná-los acessíveis, por exemplo, a cadeiras de rodas e a bicicletas de crianças
3. Requalificar o bebedouro, tornando-o adequado a pessoas e animais
4. Plantar alguns exemplares de espécies nativas, tais como: Quercus coccifera (Carrasco), Arbutus unedo (Medronheiro), Quercus suber (Sobreiro), Quercus rotundifolia (Azinheira)
5. Valorizar o espaço, criando informação e desafio sobre trilhos, flora e fauna no ponto de chegada a Monsanto e ponto de partida da visita e identificando espécies ao longo dos trilhos
5.1. Colocar uma mesa interpretativa ponto de partida da visita, perto da passagem aérea, com informação sobre o espaço, nomeadamente trilhos a percorrer e algumas espécies a observar
5.2. Identificar, ao longo do trilho, espécies de plantas, com placas que integrem QR code, para acesso a mais informação. Exemplos de espécies a identificar: Quercus róbur (Carvalho-alvarinho), Pinus canariensis (Pinheiro-das-Canárias), Crataegus monogyna (Pilriteiro), Cupressus sempervirens (Cipreste-comum), Eucalyptus globulus (Eucalipto), Olea europaea (Oliveira), Cercis siliquastrum (Olaia), Quercus coccifera (Carrasco), Arbutus unedo (Medronheiro), Quercus suber (Sobreiro), Quercus rotundifolia (Azinheira).
6. Colocar um ecoponto no início do trilho como forma de motivar e facilitar a separação de resíduos para reciclagem
7. Criar uma app, com informação sobre o espaço, com desafios para descoberta de espécies de plantas e de espécies (ou vestígios) de animais. Esta app deve ir fornecendo informação sobre o que observar ao longo do percurso no espaço

Recursos necessários:
RECURSOS HUMANOS
- Equipa da Câmara Municipal de Lisboa
- Equipa da Escola Superior de Educação de Lisboa
RECURSOS MATERIAIS
- Material para requalificação dos trilhos
- Material para a reconstrução do bebedouro para pessoas e animais
- 2 mesas interpretativas
- 3 tabuletas informativas
- Exemplares de espécies nativas
- 30 placas com nomes das árvores e QRcode com ligação a informação da App
- Ecoponto exterior de proximidade
- App para IOS e Android

Orçamento previsto:
Requalificação dos trilhos - 10.000€
Reconstrução do bebedouro para pessoas e animais - 1.500€
2 mesas interpretativas - 4.500€
3 Tabuletas informativas - 750€
Exemplares de espécies nativas - 400€
30 placas com nomes das árvores - 2.250€
Ecoponto exterior pequeno - 600€
App para IOS e Android - 6.000€
Total - 26.000€

Prazo de execução previsto:
6 meses
Requalificação dos trilhos - meses 1, 2 e 3
Reconstrução bebedouro - mês 3
Colocação de ecoponto - mês 4
Criação de informação e design - meses 1 e 2
Execução dos materiais informativos - meses 3 e 4
Colocação dos materiais informativos - meses 5 e 6
Plantação espécies nativas - meses 3 e 4
Criação da app - meses 3, 4, 5 e 6

Enquadramento do estabelecimento:
A ESELx tem como missão a formação de agentes educativos, com investigação e serviços à comunidade associados. Neste sentido, a ESELx oferece um Mestrado em Educação Ambiental e muitas das Unidades Curriculares (UC) das Licenciaturas oferecidas têm objetivos, atividades e conteúdos relacionados com o Ambiente e a educação ambiental, nomeadamente na Licenciatura em Educação Básica, em Animação Sociocultural e em Artes Visuais e Tecnologias. O mesmo acontece nas UC dos Mestrados Profissionalizantes.
A ESELx tem desenvolvido projetos de investigação e intervenção relacionados com a educação ambiental, nomeadamente internos à ESELx, internos ao IPL, e financiados pelo Portugal 2020 e pelo Fundo Ambiental.
No seguimento destes projetos, a ESELx monitoriza, embora de forma ainda pontual, diversos parâmetros do seu ambiente interior e exterior e está a manter e melhorar uma zona verde de plantas autóctones.
A ESELx disponibiliza à sua população um conjunto de bicicletas, para promover a mobilidade sustentável, nomeadamente em visitas a ecossistemas próximos. Foram desenvolvidos avisos de apelo à redução de consumo de água, eletricidade, plásticos…
Para promover a reciclagem de resíduos, a ESElx está a aumentar o número de pequenos eco-pontos no seu interior. Está ainda em curso o processo de monitorização da produção e destino final de resíduos dos seus diferentes laboratórios.
Durante o estado de emergência, a ESELx inscreveu-se num conjunto de projetos, no contexto do Projeto Eco-escolas, para promover as práticas ambientais à distância e dar voz aos/às estudantes.

Descrição do grupo de trabalho e outros intervenientes no planeamento e desenvolvimento do projeto:
O Conselho Eco-escolas da ESELx é o órgão coletivo do Projeto Eco-escolas na ESELx, permitindo dar voz a docentes, discentes, outros funcionários e a entidades externas (IPL, ESTeSL, Junta de Freguesia, CML, ASPEA e LPN, definir as grandes linhas do Projeto e mobilizar a participação de toda a comunidade nas práticas ambientais.
A composição do Conselho Eco-escolas da ESELx pode ser consultada em https://www.eselx.ipl.pt/comunidade/eco-escola/conselho-eco-escolas
No desenvolvimento do Projeto Monsanto Aqui tão Perto, no âmbito do Concurso/Projeto Lisboa +Verde participaram 3 alunas e uma docente do Conselho Eco-escolas, tendo ainda participado os restantes elementos de duas turmas do 2º ano da Licenciatura em Educação Básica e a turma de Mestrado em Educação Ambiental. No entanto, a proposta do Projeto Monsanto Aqui tão Perto tem antecedentes que foram expostos atrás.

Descrição da metodologia de trabalho no âmbito do plano de ação:
O Plano de Ação do Projeto Eco-escolas da ESELx contempla um conjunto alargado de ações em múltiplos temas, nomeadamente Ruído, Energia, Água, Resíduos, Espaços Exteriores, Biodiversidades, Mobilidade/Transportes e Alterações Climáticas. Este Plano de Ação pode ser consultado em https://www.eselx.ipl.pt/comunidade/eco-escola/conselho-eco-escolas
O Projeto Monsanto Aqui tão Perto (apresentado pela ESELx ao Concurso/Projeto Lisboa +Verde) está relacionado com o Plano de Ação, nomeadamente contribuindo para:
- Dinamização de visitas de estudo a Monsanto da Unidade Curricular Mundo Vivo com deslocação de bicicleta
- Explorar didaticamente os espaços exteriores, discutindo as vantagens da plantação de espécies autóctones
- Selecionar as áreas para colocação dos novos exemplares. Plantar nas mesmas assegurando a sua rega continuada. Exploração didática dos espaços exteriores, discutindo as vantagens da plantação de espécies autóctones.
Dada a impossibilidade de realização das visitas de estudo agendadas, devido à pandemia COVID 19, foram realizadas visitas de estudo virtuais à zona de intervenção do Projeto Monsanto Aqui tão Perto e realizado o desenvolvimento conjunto do referido Projeto.

Resultados da auditoria: apresentação e conclusões:
A auditoria ambiental da ESELx permitiu elencar um conjunto de problemas, de que se salientam os mais relacionados com o Projeto Monsanto Aqui tão Perto e com uma potencial intervenção da Câmara Municipal de Lisboa, nomeadamente:
i) a presença de ruído perturbador das atividades, com origem no tráfego da IC19;
ii) a inexistência de pequenos ecopontos exteriores de proximidade, o que é tanto mais importante quanto 36,4 % dos/as estudantes e 33,3% do pessoal não docente só faz a reciclagem “às vezes” e 13,5% dos/as estudantes afirmam fazê-lo raramente ou nunca;
iii) a insuficiência do mobiliário urbano nos espaços exteriores, nomeadamente bancos e zonas cobertas;
iv) a reduzida deslocação da população da ESELx a pé ou de bicicleta.
Como Boas Práticas, realçam-se as seguintes:
i) plantação de uma barreira verde, de espécies autóctones, junto á IC19;
ii) disponibilização pela ESELx, à sua população, de um conjunto de bicicletas e respetivo parque de estacionamento, para promover a mobilidade sustentável, nomeadamente em visitas a ecossistemas próximos;
iii) visitas a ecossistemas vizinhos, no âmbito da integração curricular da educação ambiental.

Resultados da auditoria: apresentação e conclusões:

• Resultados da auditoria.pdf

Planeamento das ações a desenvolver:

• Planeamento das ações a desenvolver final.pdf

Soluções apresentadas para resolver os problemas ambientais identificados:
1. No Campus de Benfica do IPL, espaços exteriores da ESELx, foram encontradas as seguintes soluções para os problemas ambientais identificados:
- Melhorar o mobiliário urbano, nomeadamente no que se refere a bancos e à criação de zonas cobertas, nos espaços exteriores da ESELx. Não existem ainda recursos para esta medida;
- Instalar ecopontos de proximidade nos espaços exteriores da ESELx, para incentivar e aumentar a separação seletiva para reciclagem. Não existem ainda recursos para esta medida;
- Instalar uma vedação física, para isolamento sonoro, em complemento da vedação verde (em crescimento, para reduzir a poluição sonora criada pelo tráfego na IC19. Não existem ainda recursos para esta medida;
- Cuidar dos exemplares de espécies autóctones plantadas e plantar mais exemplares, para aumentar a biodiversidade de autóctones no Campus;
- Aumentar o número de atividades de exploração dos espaços exteriores, discutindo as vantagens da plantação e do crescimento de espécies autóctones, para desenvolver uma melhor conservação deste espaço verde. Seria desejável a existência de verba para colocação de placas de identificação
2. Na zona de Monsanto, adjacente ao Campus de Benfica do IPL, conforme proposta no Projeto Monsanto Aqui tão Perto:
- Instalar um ecoponto exterior de proximidade, para incentivar e aumentar a separação seletiva para reciclagem.
- Requalificar os trilhos, para melhorar a acessibilidade dos mesmos, aumentando a possibilidade de visitas por pessoas com mobilidade reduzida;
- Promover as visitas a pé e de bicicleta a este espaço verde, quer da população do Campus, quer da população das zonas de lazer e comércio próximas, melhorando a mobilidade sustentável;
- Cuidar dos exemplares de espécies autóctones plantadas e plantar mais exemplares, para conservar e aumentar a biodiversidade de autóctones;
- Aumentar a informação sobre a Biodiversidade local aos/às visitantes, para desenvolver uma melhor conservação deste espaço verde.

Soluções apresentadas para resolver os problemas ambientais identificados:

• Soluções apresentadas para resolver os problemas ambientais identificados.pdf

Conclusões:
Apresentou-se um conjunto de problemas e de boas práticas, como resultado da auditoria ambiental realizada na ESELx. A partir destes resultados, desenharam-se ações que visam valorizar, por um lado, os espaços exteriores da ESELx e, por outro lado, valorizar uma zona do Parque de Monsanto de fácil acesso (pedonal, bicicleta, etc) à população do Campus de Benfica do IPL e das zonas comerciais e de lazer próximas. Neste último caso, desenhou-se o Projeto Monsanto Aqui tão Perto, para submissão ao Concurso/Projeto Lisboa+Verde. Este Projeto foi apresentado nos primeiros campos deste formulário e no Ficheiro submetido no campo “Outros Documentos”.
Com a submissão ao Concurso/Projeto Lisboa+Verde do Projeto Monsanto Aqui tão Perto, pretendeu-se contribuir, com ações de educação ambiental, para melhorar os serviços do ecossistema de uma zona do Parque de Monsanto, nomeadamente para melhorar os serviços educativos, recreativos e desportivos do ecossistema, melhorando também a Biodiversidade, o acesso e a informação sobre a mesma.
A intervenção naquela zona do Parque de Monsanto está centrada na melhoria da acessibilidade, da Biodiversidade e da informação sobre a mesma e, ainda, na promoção de um lazer e de uma educação mais saudável e ambientalmente sustentável. Esta intervenção permitirá disponibilizar mais educação ambiental num espaço verde de Lisboa, tornando mais saudáveis e ambientalmente sustentáveis os hábitos da população residente e da população com movimentação pendular para esta zona.
A intervenção do Projeto Monsanto Aqui tão Perto está articulada com a educação e intervenção ambiental desenvolvida no Campus de Benfica do IPL, melhorando a ligação entre este Campus e Monsanto, levando a comunidade IPL a uma mobilidade mais sustentável, a uma descoberta mais aprofundada da Biodiversidade local, a hábitos mais sustentáveis de separação de resíduos e à ligação entre práticas desportivas, de lazer e de educação, em locais com mais qualidade ambiental.

Outros documentos:

• projeto.pdf